Gestão de riscos: como evitar fraudes em compras

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Há no mercado uma tendência de crescimento de processos terceirizados que aumentam a dependência por uma base de fornecedores qualificados. Diante dessa realidade, a gestão de riscos vem se tornando um dos assuntos cada vez mais em pauta entre as empresas, como parte de um tema muito mais amplo: o compliance, isto é, o atendimento às normas internas e externas.

O tema vem sendo abordado por diferentes fatores, e entre os mais relevantes, podemos citar as novas regulamentações e obrigações legais de como o SPED, Lei Anticorrupção 12.846, corresponsabilidade fiscal e trabalhista na cadeia de fornecimento. Somados a esses fatores, tem-se ainda os obstáculos internos e externos, como oscilações econômicas, instabilidade de mercado, entre outros.

Pesquisas apontam que a maioria dos crimes econômicos no Brasil acontecem no setor de compras corporativas, pois a identificação de irregularidades, realizada hoje pelas empresas, não é eficaz. A maioria utiliza métodos convencionais, tornando-se praticamente impossível detectar efetivamente a idoneidade de um fornecedor.

Em 2014, a PwC realizou um levantamento com executivos com atuação no Brasil que aponta um índice de fraudes na área de compras superior à média mundial. O principal tipo de crime identificado pela empresa é a fraude em aquisições corporativas, citado por 44% dos 132 entrevistados.

Práticas em governança e compliance

Colocar em prática uma gestão de risco eficiente tem sido um desafio para as organizações. Muitas empresas buscam empregar processos, como governança e compliance para otimizar a gestão dos procedimentos operacionais, sem antes estabelecer uma estratégia definida para compras corporativas.

Novas exigências do mercado fazem as empresas enxergarem a gestão de risco não mais como uma necessidade técnica, porém como uma questão estratégica e que impulsiona a tomada de decisões. Isso aumenta, consequentemente, a competitividade e lucratividade de uma corporação.

Aspectos diversos, como a habilitação jurídica, a verificação da regularidade fiscal e trabalhista, a situação econômico-financeira, a qualificação técnica-operacional e práticas de sustentabilidade também fazem parte do monitoramento destes fornecedores.

Com infinitas discussões sobre o cenário fiscal brasileiro, até mesmo por conta de o Brasil liderar o ranking mundial na cobrança de tributos, bem como da implementação severa do SPED, tornou-se também de extrema importância a necessidade de soluções que atribuam melhor a prática do compliance fiscal, reduzindo assim os riscos de autuações.

Uma empresa associada a práticas fiscais ilícitas, além de imputar aspectos negativos à sua própria imagem, diante do atual rigor de punição do Fisco, vira passível de crimes relativos à sonegação fiscal. Neste âmbito, a prática de compliance fiscal tem por objetivo nortear as corporações e fazer com que estas estejam dentro das conformidades legais.

A metodologia do compliance fiscal tem ação preventiva e seus procedimentos atuam na avaliação e identificação de possíveis fraudes, permitindo que a mesma tome medidas antes que uma negociação cause algum tipo de dano.

Sabe-se que lidar com exigências legais relacionadas à tributação brasileira não é tarefa fácil, mas é necessário identificar possíveis problemas e inconsistências de informações, com o objetivo de evitar que os mesmos não coloquem a empresa em situação de riscos fiscais.

Operacionalização das normas

Com essas necessidades de implementação de um controle de risco de fornecedores estabelecidas, e tendo em vista a elevação cada vez maior da dependência de empresas terceiras, alguns desafios precisam ser vencidos para a locação de um sistema que otimize o tempo de contratação de um fornecedor e possibilite a operacionalização das normas por meio de processos bem definidos.

Desafios da gestão de riscos

Uma pesquisa sobre os desafios da gestão de riscos realizada pelo Mercado Eletrônico constatou que entre as empresas ainda prevalece uma maior preocupação por parte do saneamento dos cadastros e com relação à qualificação técnico-operacional. Contudo, requisitos como sustentabilidade e economia-financeira vêm também ganhado importância significativa nos processos.

Este cenário está se modificando de maneira rápida devido à crescente necessidade de uma gestão de risco, além da oferta no mercado de soluções e serviços que auxiliam na implementação dos métodos de homologação de fornecedores.